O erro de Charles Finney
Charles Finney foi um ministro presbiteriano americano e líder no Segundo Grande Despertar nos Estados Unidos. Ele tem sido chamado de "Pai do Antigo Reavivalismo". Em suas crenças e ensinamentos Finney se afastou da teologia reformada tradicional ao ensinar que as pessoas têm livre arbítrio para escolher a salvação. Finney era mais conhecido como um pregador revivalista extravagante de 1825 à 1835 no Distrito Burned-over no interior de Nova York e Manhattan.
Por
mais que Finney seja aclamado por muitos como o responsável pelo grande
despertar ocorrido ainda no Séc. XIX, para muitos, a sua teologia está muito
longe daquilo que seria o ideal. Phillip R. Johnson, por exemplo, diz que a
biografia de Finney é, no mínimo, duvidosa. Principalmente quando o próprio se
declara como arrogante e com falta de humildade.
Porém,
esse não é o problema que iremos abordar aqui, mas um problema maior.
Finney
acreditava que o ser humano, por ser livre, poderia então criar um avivamento.
Nesse quesito, acho que não poderíamos dizer que Finney era arminiano, mas um
pelagiano. O grande problema não é desacreditar dos avivamentos ocorridos nos
EUA, mas trazer à luz aquilo que Finney acreditava – o ser humano é totalmente
capaz de gerar um avivamento.
Pois
bem, agora iremos analisar alguns padrões bíblicos sobre o avivamento.
1)
Avivamento no Antigo Testamento
No
AT nós temos o verbo hebraico hyh (avivar)
que tem por significado primário de “preservar” ou “manter vivo”, porém essa
palavra não significa somente preservar ou manter vivo, mas também purificar,
corrigir e livrar do mal. Esse verbo é usado mais de 250 vezes no AT, sendo
principalmente usada em uma tonalidade mais intensiva da língua hebraica. Neste
sentido, o avivamento é sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de
Deus. Podemos citar alguns exemplos, como:
·
As
clássicas orações de Davi: “Não tornarás
a vivificar-nos, para quem em ti se regozije o teu povo?”
·
E a
clássica oração do profeta Habacuque: “Tenho
ouvido, ó Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó
Senhor.”
O
AT transmite a ideia de que o avivamento é algo exclusivo da parte de Deus. A
obra por ser de Deus, é algo que o próprio Deus aviva.
2)
Avivamento no Novo Testamento
No NT encontramos um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento. São elas:
- Egeíro
- Anastáso
- Anázoe
- Anakaínoo
Em
todo novo testamento esse conjunto de palavras aparece apenas sete vezes. Uma
possível explicação para o uso escasso dos termos, em comparação ao Antigo
Testamento, é que o Novo cobre apenas uma geração, durante a qual a igreja
cristã desfrutou, na maior parte do tempo, um grau incomum de vida espiritual.
A
realidade é que muitas igrejas tem tratado o ‘avivamento’ como um programa
agendado pela igreja. Não precisamos ir muito longe para vermos que o
avivamento não é uma ação que parte da igreja, mas de Deus. A igreja só pode buscar
o avivamento e preparar o caminho da sua chegada, mas o responsável pelo
avivamento não somos nós quando mudamos a doutrina, a liturgia, e a forma de se
portar; mas é o próprio Deus quem aviva a sua obra.
Mas
voltando para teologia de Finney, no final do seu ministério, ainda professor
do seminário de Oberlin, Charles Finney começa a abraçar ensinos estranhos ao
cristianismo histórico. Ele ensinava, e permanece até hoje, que a perfeição
moral é a condição para a justificação, e que ninguém poderá ser justificado de
seus pecados enquanto tiver pecado em si. Afirma que o cristão verdadeiro perde
sua justificação toda vez que peca. Muitos associam Finney como pelagiano
porque diversas vezes ele parece demonstrar que não acredita no pecado original
e suas consequências na vida do ser humano. (p.179) Finney também possuía
problemas em ver como o sacrifício de Cristo poderia ser suficiente na vida do
pecador.
Finney
não chegou perto do verdadeiro evangelho como muitos dizem, mas Finney retornou
à um antigo erro – o pelagianismo – rebatido pela igreja ainda no Séc. IV. Na
teologia de Finney, Deus não é soberano, o homem não é um pecador por natureza,
a expiação de Cristo não é um pagamento válido pelo pecado, a doutrina da
justificação pela imputação é insultante à razão e à moralidade, o novo
nascimento e produzido simplesmente por técnicas bem-sucedidas, e o avivamento
é resultado de campanhas bem planejadas com os métodos conceitos.
E
como diz Augustus Nicodemus sobre Finney:
O
impacto dos métodos reavivalistas de Finney no evangelicalismo moderno são
tremendos. Seus sucessores têm perpetuado esses métodos e mantido as
características do fundador: o apelo por decisões imediatas, baseadas na
vontade humana; o estímulo das emoções como alvo do culto; o desprezo pela
doutrina; e a ênfase que se dá na pregação a se fazer uma escolha, em vez da
ênfase às grandes doutrinas da graça. As igrejas evangélicas de hoje,
influenciadas pela teologia e pelos métodos de Finney, têm adotado táticas e
práticas em que as pessoas são vistas como clientes, promovendo a mentalidade
consumista.
Qual a sua opinião sobre esse assunto? Você concorda com a teologia de Finney ou também acha que possui erros? Comenta aqui embaixo que nós vamos adorar ler todos os comentários.
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